quinta-feira, 12 de março de 2009

Que vida...


Todas as manhãs, para iniciar o dia, ligo a TV, para manter-me informada das atrocidades que aconteceram enquanto dormia. Preciso saber se mais alguma criança foi estuprada pelo PAI/padrasto, vizinho, amigo, parente, ... se a polícia matou mais algum jovem “achando” que era bandido, se alguém morreu de bala perdida, dos mortos no transito, dos que morreram esperando atendimento nos hospitais, mortos de erro médico e assim afora...
Será que a imprensa pensa que nós telespectadores teremos um dia melhor se soubermos de todas estas mortes? Dos absurdos que os seres humanos fazem aos seus semelhantes? será que eles acreditam que nos mostrando como esta acontecendo as coisas no mundo, ficaremos mais tranqüilos esperando nossa vez? Como se nos protegessem? Há, quem sabe o que vai na nossa alma para apenas assistirmos a TV, impassíveis e indiferentes a tudo.
Quando paro para pensar em tudo que vejo, sinto, percebo, ouço e faço, quero parar e desacelerar, mas é impossível, você está na via expressa e não pode parar, correndo o risco de ser atropelada e desaparecer sem vestígio algum.
Todo dia, queremos e tentamos desesperadamente sair de casa otimistas, cheios de perspectivas, contando com o inesperado. Pois, sempre que estamos em baixa, vem um otimista e diz: você precisa de novos desafios. Mas viver todos os dias é um desafio.
Depois que li o livro Crepúsculo, sabedora do quão fantasioso é, desejei desesperadamente ser um ser eterno e indestrutível. Alguma coisa inalcançável, mesmo vivendo como monstro, eles ainda parecem ter mais humanidade que nós. A escritora também desejaria criar um ser melhor que o que temos aí. O que nos resta senão a destruição. Todos os dias procuramos isso, destruindo a natureza...vida... seres...

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