sábado, 31 de janeiro de 2009

Lista dos livros mais vendidos no Brasil

PARA LER E GOSTAR É SÓ COMEÇAR. VAMOS LÁ.

Encontrei esta relação dos livros mais procurados e posto aqui para os leitores. Já alguns e convido-os a fazer o mesmo.

01. A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS
Markus Zusak ( estou lendo a adorando)

02. O VENDEDOR DE SONHOS
Augusto Cury .
(Adorei o livro - recomendo.)

03. A CABANA
William P. Young.

04. CREPÚSCULO
Stephenie Meyer( amei, e já li os 4 livros desta coleção; lua nova, eclipse...sol da meia noite)

05. O CAÇADOR DE PIPAS
Khaled Hosseini. (Lindo e triste, vc não para enquanto não ler todo o livro)

06. A CIDADE DO SOL
Khaled Hosseini. (Também é muito bom, tal qual o caçador de pipas, imperdível)

07. LUA NOVA
Stephenie Meye.(da série crepúsculo, excelente)

08. O PEQUENO PRÍNCIPE
Antoine de Saint-Exupéry .

09. O GUARDIÃO DE MEMÓRIAS
Kim Edwards .

10. A SOMBRA DO VENTO
Carlos Ruiz Zafón .

Ano letivo em escolas públicas terá início sem notebooks populares

RETIRADO DO JORNAL A GAZETA DO POVO
Processo para aquisição de 150 mil máquinas foi interrompido
Os 150 mil notebooks populares do projeto “Um computador por aluno” (UCA) não serão entregues a 300 escolas do ensino público brasileiras antes do início do ano letivo.

Segundo a Agência Brasil, a data de entrega foi mantida nesta semana por Marcos Mazoni, presidente do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro). No entanto, continua a agência de notícias, a Secretaria de Educação a Distância do Ministério da Educação (MEC) explicou que não seria possível cumprir esse prazo.

Isso porque a licitação para a compra dos computadores ainda está em andamento: o processo foi interrompido, devido a um pedido de vista do Tribunal de Contas da União (TCU).

No dia 17 de dezembro de 2008 - após um ano congelado - o pregão eletrônico para a compra dos notebooks fechou com cada máquina a R$ 553, ou R$ 82,5 milhões pelo total. Esses computadores seriam distribuídos a escolas públicas de 230 municípios brasileiros.

O modelo escolhido no pregão foi o Mobilis, da indiana Encore, oferecido pela Comsat. A empresa havia iniciado os testes para provar a adequação dos equipamentos às exigências, mas o Tribunal de Contas pediu mais informações sobre os detalhes técnicos do edital ao ministério, interrompendo o processo.

Enquanto aguarda, a Comsat monta a estratégia de distribuição e de manutenção dos notebooks, além de iniciar o treinamento de sua equipe junto à Encore.

A Agência Brasil diz que o MEC já enviou ao TCU as respostas aos questionamentos e agora espera o parecer do tribunal para dar seguimento à licitação.

Atualmente, o projeto está sendo testado em cinco escolas de cinco municípios: São Paulo, Palmas, Brasília, Piraí, no Rio de Janeiro, e Porto Alegre. O objetivo do projeto é distribuir computadores portáteis aos alunos da rede pública, intensificando assim o uso de tecnologias entre os jovens mais carentes.

ATIVIDADES EDUCATIVAS




Encontrei esse site e vale a pena divulgar, pois ele é ótimo e é uma iniciativa feita por Neri Santos.

No Site Brincando se Aprende você vai encontrar Atividades Educativas de diversos temas e disciplinas abordados de uma maneira prática e fácil, é uma grande seleção de jogos e atividades on-line que estão distribuídos pela internet, todos os jogos já estão classificados de acordo com sua área de conhecimento. O principal objetivo, segundo o autor, é facilitar a inclusão da informática na educação. Postado do blog maravilhoso da Denise Mattos.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Atividades ensino infantil e fundamental





http://www.eaprender.com.br/84 é um website de apoio aos professores com uma vasta área de conteúdos e sugestões pedagógicas, elaboradas por especialistas do IBEP para o ensino infantil e fundamental
encontrado no site da Gládis.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

MUDAM-SE OS TEMPOS...




Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
muda-se o ser, muda-se a confiança;
todo o mundo é composto de mudança,
tomando sempre novas qualidades.
.
Continuamente vemos novidades,
diferentes em tudo da esperança;
do mal ficam as mágoas na lembrança,
e do bem (se algum houve), as saudades.
.
O tempo cobre o chão de verde manto,
que já coberto foi de neve fria,
e, enfim, converte em choro o doce canto.
.
E, afora este mudar-se cada dia,
outra mudança faz de mor espanto,
que não se muda já como soía.
.
Luís Vaz de Camões

domingo, 25 de janeiro de 2009

MENSAGEM PARA INICIAR O ANO LETIVO 2009


"A melhor maneira que a gente tem de fazer possível amanhã alguma coisa que não é possível de ser feita hoje, é fazer hoje aquilo que hoje pode ser feito. Mas se eu não fizer hoje o que hoje pode ser feito e tentar fazer hoje o que hoje não pode ser feito, dificilmente eu faço amanhã o que hoje também não pude fazer."

Paulo Freire

FRASE PARA INICIAR O ANO LETIVO 2009

"A melhor maneira que a gente tem de fazer possível amanhã alguma coisa que não é possível de ser feita hoje, é fazer hoje aquilo que hoje pode ser feito. Mas se eu não fizer hoje o que hoje pode ser feito e tentar fazer hoje o que hoje não pode ser feito, dificilmente eu faço amanhã o que hoje também não pude fazer."

Paulo Freire

Tecnologias mais promissoras para a educação

Acaba de sair relatório de uma grupo de estudos, The New Media Consortium, que procura apontar as ferramentas mais promissoras para a educação a curto prazo. De acordo com o grupo, as tecnologias que podem provocar mudanças revolucionárias quase que imediatas são:

1. Telefones móveis que incorporam recursos de multimídia, grande capacidade de armazenagem de dados e acesso à internet.
2. Cloud computing, uma associação de computadores que permite grande capacidade de trabalho sem que o usuário tenha que investir mais em software e memória para sua máquina.
3. Geo-tudo, recursos que estão facilitando cada vez mais usos de GPS pelo cidadão comum, sem necessidade de conhecimento especializado.
4. Web personalizada, com recursos que permitem a cada usuário estabelecer “sua” plataforma de uso da internet, refletindo interesses particulares e estilos cognitivos.
5. Aplicações semânticas “com consciência”, com recursos que podem antecipar buscas e facilitar enormemente acesso a informações que sejam do interesse do usuário.
6. Objetos inteligentes, recursos que articulam o mundo virtual com o mundo real, ou que podem enriquecer com informação qualquer instrumento de uso comum na vida cotidiana. Retirado do Blog Boteco Escola.

Novas Tecnologias na Formação

2009 - Ano Europeu da Criatividade e da Inovação

A Comissão Europeia lançou a campanha de comunicação para o Ano Europeu de Criatividade e da Inovação 2009 sob a divisa «Imaginar ─ Criar ─ Inovar». O objectivo deste Ano Europeu é promover abordagens criativas e inovadoras em diferentes sectores da actividade humana e preparar melhor a União Europeia para os desafios do mundo globalizado. copiado do Blog de Adriane.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

A afetividade na relação pedagógica

A educação, como as outras instituições, tem se baseado na desconfiança, no medo a sermos enganados pelos alunos, na cultura da defesa, da coerção externa. O desenvolvimento da auto-estima é um grande tema transversal. É um eixo fundamental da proposta pedagógica de qualquer curso. Este é um campo muito pouco explorado, apesar de que todos concordamos que é importante. Aprendemos mais e melhor se o fazemos num clima de confiança, de incentivo, de apoio, de auto-conhecimento. Se estabelecemos relações cordiais, de acolhimento para com os alunos, se nos mostramos pessoas abertas, afetivas, carinhosas, tolerantes e flexíveis, dentro de padrões e limites conhecidos. “Se as pessoas são aceitas e consideradas, tendem a desenvolver uma atitude de mais consideração em relação a si mesmas”[1].

Temos baseado a educação mais no controle do que no afeto, no autoritarismo do que na colaboração. “Talvez o significado mais marcante de nosso trabalho e de maior alcance futuro seja simplesmente nosso modo de ser e agir enquanto equipe. Criar um ambiente onde o poder é compartilhado, onde os indivíduos são fortalecidos, onde os grupos são vistos como dignos de confiança e competentes para enfrentar os problemas - tudo isto é inaudito na vida comum. Nossas escolas, nosso governo, nossos negócios estão permeados da visão de que nem o indivíduo nem o grupo são dignos de confiança. Deve existir poder sobre eles, poder para controlar. O sistema hierárquico é inerente a toda a nossa cultura”.[2]
A afetividade é um componente básico do conhecimento e está intimamente ligado ao sensorial e ao intuitivo. A afetividade se manifesta no clima de acolhimento, de empatia, inclinação, desejo, gosto, paixão, de ternura, da compreensão para consigo mesmo, para com os outros e para com o objeto do conhecimento. A afetividade dinamiza as interações, as trocas, a busca, os resultados. Facilita a comunicação, toca os participantes, promove a união. O clima afetivo prende totalmente, envolve plenamente, multiplica as potencialidades. O homem contemporâneo, pela relação tão forte com os meios de comunicação e pela solidão da cidade grande, é muito sensível às formas de comunicação que enfatizam os apelos emocionais e afetivos mais do que os racionais.
A educação precisa incorporar mais as dinâmicas participativas como as de auto-conhecimento (trazer assuntos próximos à vida dos alunos), as de cooperação (trabalhos de grupo, de criação grupal) e as de comunicação (como o teatro ou a produção de um vídeo).
Na educação podemos ajudar a desenvolver o potencial que cada aluno tem, dentro das suas possibilidades e limitações. Para isso, precisamos praticar a pedagogia da compreensão contra a pedagogia da intolerância, da rigidez, a do pensamento único, da desvalorização dos menos inteligentes, dos fracos, problemáticos ou “perdedores”.

Praticar a pedagogia da inclusão. A inclusão não se faz somente com os que ficam fora da escola. Dentro da escola muitos alunos são excluídos pelos professores e colegas. São excluídos quando nunca falamos deles, quando não os valorizamos, quando os ignoramos continuamente. São excluídos quando supervalorizamos alguns, colocando-os como exemplos em detrimento de outros. São excluídos quando exigimos de alunos com dificuldades de aceitação e de relacionamento, resultados imediatos, metas difíceis para eles no campo emocional.
Há uma série de obstáculos no caminho: a formação intelectual valoriza mais o conteúdo oral e textual, separando razão e emoção. O professor não costuma ter uma formação emocional, afetiva. Por isso, tende a enxergar mais os erros que os acertos. A falta de valorização profissional também interfere na auto-estima. Se os professores não desenvolvem sua própria auto-estima, se não se dão valor, se não se sentem bem como pessoas e profissionais, não poderão educar num contexto afetivo. Ninguém dá o que não tem. Por isso, é importante organizar atividades com gestores e professores de sensibilização e técnicas de auto-conhecimento e auto-estima. Ter aulas de psicologia para auto-conhecimento e especialistas em orientação psicológica. Ações para que alunos e professores desenvolvam sua autoconfiança, sua auto-estima; que tenham respeito por si mesmos e acreditem em si; que percebam, sintam e aceitem o valor pessoal e o dos outros . Assim será mais fácil aprender e comunicar-se com os demais. Sem essa base de auto-estima, alunos e professores não estarão inteiros, plenos para interagir e se digladiarão como opostos, quando deveriam ver-se como parceiros.

(Texto mais completo em: www.eca.usp.br/prof/moran/afetividade.htm )

Aprendendo a ser um educador

O educador é especialista em conhecimento, em aprendizagem. Como especialista, espera-se que ao longo dos anos aprenda a ser um profissional equilibrado, experiente, evoluído; que construa sua identidade pacientemente, integrando o intelectual, o emocional, o ético, o pedagógico.

O educador pode ser testemunha viva da aprendizagem contínua. Testemunho impresso nos seus gestos e personalidade de que evolui, aprende, se humaniza, se torna uma pessoa mais aberta, acolhedora, compreensiva. Testemunha viva, também, das dificuldades de aprender, das dificuldades em mudar, das contradições no cotidiano; de aprender a compreender-se e a compreender.

Com o passar do tempo ele vai mostrando uma trajetória coerente, de avanços, de sensatez e firmeza. Passa por etapas em que se sente perdido, angustiado, fora de foco. Retoma o rumo, depois, revigorado, estimulado por novos desafios, pelo contato com seus alunos, pela vontade de continuar vivendo, aprendendo, realizando-se e frustrando-se, às vezes, mas mantendo o impulso de avançar.

Há momentos em que se sente perdido, desmotivado. Educar tem muito de rotina, de repetição, de decepção. É um campo cada vez mais tomado por investidores, por pessoas que buscam lucros fáceis. Ele se sente parte de uma máquina, de uma engrenagem que cresce desproporcionalmente. Sente-se, em alguns momentos, insignificante, impotente, um número que pode ser substituído por muitos colegas ansiosos por encontrar trabalho. Sabe que sua experiência é importante, mas também que a concorrência é grande e que há muita gente disposta a ensinar por salários menores.

Ensinar tem momentos “glamourosos”, em que os alunos participam, se envolvem, trazem contribuições significativas. Mas muitos outros momentos são banais; parece que nada acontece. É um entra e sai de rostos que se revezam no mesmo ritmo semanal de aula, exercícios, mais aulas, provas, correções, notas, novas aulas, novas atividades.... A rotina corrói uma parte do sonho, a engrenagem despersonaliza; a multiplicação de instituições escolares torna previsíveis as atividades profissionais. Há um aumento de oferta profissional (mais vagas para ser professor), junto com uma diminuição das exigências para a profissão (mais fácil ter diploma, muitos estudantes em fase final são contratados, aumenta a concorrência). A tentação da mediocridade é real. Basta ir tocando para ficar anos como docente, ganhar um salário seguro, razoável. Os anos vão passando e quando o professor percebe já está na fase madura e se tornou um docente acomodado.
Veja o texto completo em http://www.eca.usp.br/prof/moran/aprend.htm

APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA

Como favorecer a aprendizagem significativa no contexto escolar?
- Partindo de situações concretas, de histórias, casos, vídeos, jogos, pesquisa, práticas e ir incorporando informações, reflexões, teoria a partir do concreto. Quanto menor é o aluno mais prático precisam ser as situações para que ele as perceba como importantes para ele. Não podemos dar tudo pronto no processo de ensino e aprendizagem. Aprender exige envolver-se, pesquisar, ir atrás, produzir novas sínteses fruto de descobertas.
O modelo de passar conteúdo e cobrar sua devolução é ridículo. Com tanta informação disponível, o importante para o educador é encontrar a ponte motivadora para que o aluno desperte e saia do estado passivo, de espectador. Aprender hoje é buscar, comparar, pesquisar, produzir, comunicar. Só a aprendizagem viva e motivadora ajuda a progredir. Hoje milhões de alunos passam de um ano para o outro sem pesquisar, sem gostar de ler, sem situações significativas vividas. Não guardam nada de interessante do que fizeram a maior parte do tempo. Há uma sensação de inutilidade em muitos conteúdos aprendidos só para livrar-se de tarefas obrigatórias. E isso chega até a universidade, tão atrasada ou mais ainda do que a educação básica.
É muito tênue o que fazemos em aula para facilitar a aceitação ou provocar a rejeição. É um conjunto de intenções, gestos, palavras, ações que são traduzidos pelos alunos como positivos ou negativos, que facilitam a interação, o desejo de participar de um processo grupal de aprendizagem, de uma aventura pedagógica (desejo de aprender) ou, pelo contrário, levantam barreiras, desconfianças, que desmobilizam. O sucesso pedagógico depende também da capacidade de expressar competência intelectual, de mostrar que conhecemos de forma pessoal determinadas áreas do saber, que as relacionamos com os interesses dos alunos, que podemos aproximar a teoria da prática e a vivência da reflexão teórica.
A coerência entre o que o professor fala e o que faz, na vida é um fator importante para o sucesso pedagógico. Se um professor une a competência intelectual, a emocional e a ética causa um profundo impacto nos alunos. Estes estão muito atentos à pessoa do professor, não somente ao que fala. A pessoa fala mais que as palavras. A junção da fala competente com a pessoa coerente é poderosa didaticamente.
As técnicas de comunicação também são importantes para o sucesso do professor. Um professor que fala bem, que conta histórias interessantes, que tem feeling para sentir o estado de ânimo da classe, que se adapta às circunstâncias, que sabe jogar com as metáforas, o humor, que usa as tecnologias adequadamente, sem dúvida consegue bons resultados com os alunos. Os alunos gostam de um professor que os surpreenda, que traga novidades, que varie suas técnicas e métodos de organizar o processo de ensino-aprendizagem.
[Este texto faz parte de uma entrevista feita com o Prof. MORAN pelo Portal Escola Conectada da Fundação
Ayrton Senna, publicada no dia 01/08/2008 em http://www.escola2000.org.br/comunique/entrevistas/ver_ent.aspx?id=47 ]

DESAFIOS DA ESCOLA INOVADORA

TEXTO DO PROF. MORAN
Passamos anos demais, horas demais, para aprender coisas demais, que não são tão importantes, de uma forma pouco interessante, com resultados medíocres. E passamos pouco tempo no que é importante, significativo, que nos ajuda a aprender para toda a vida.

Num mundo cada vez mais complexo e que exige competências muito mais desenvolvidas em todos os campos, não há lugar para a escola repetidora, enclausurada na repetição, centrada na fala do professor, nas aulas de 50 minutos, na aprendizagem passiva. A escola precisa de arejamento, de intercâmbio, de sangue novo, de profissionais – gestores, educadores, funcionários - mais criativos, empreendedores, afetivos, melhor remunerados e com a noção clara das possibilidades e limites educacionais institucionais, profissionais e pessoais.

Se a escola não prepara alunos-pesquisadores criativos e empreendedores, de pouco adianta todo o enorme esforço e dinheiro gastos. A escola está desfocada: insiste em modelos ultrapassados em uma sociedade em transformação. Contentamo-nos com pouco, quando os desafios são enormes.

A escola pode abrir-se cada vez mais para o mundo, começando pelo seu entorno: abrir-se para o seu bairro, dialogando com as principais pessoas, organizações da região, abrir-se para os país e famílias, trazendo-os para dentro, como aprendizes e como colaboradores no processo de ensinar e de aprender. Pode integrar-se com os espaços interessantes do cotidiano, com o mundo as artes, da música, do teatro, da poesia, do cinema, das mídias digitais. Pode abrir-se para o mundo real e digital, para entendê-lo e pode contribuir para modificá-lo.

A escola pode transformar-se em um conjunto de espaços ricos de aprendizagens significativas, presenciais e digitais, que motivem os alunos a prender ativamente, a pesquisar o tempo todo, a serem pró-ativos, a saberem tomar iniciativas, a saber inter-agir.

A escola necessita incorporar uma mentalidade aberta para o mundo, para a vida. Num mundo com tantas possibilidades interessantes de aprender, como podemos ter tantos alunos que não sabem ler, interpretar, pesquisar, escrever?

Vale a pena ensinar menos coisas e mais procedimentos e metodologias ativas. Despertar o gosto por pesquisar, por aprender, a partir do que motiva os alunos, procurando chegar a alguns parâmetros esperados, mas sem forçar um só caminho.
Infelizmente essa escola não está pronta, quase não existe.

Nossos cursos de formação de professores são, em geral, um horror: preparam para a mesmice, com métodos arcaicos, para uma sala de aula que mudou profundamente seus objetivos, mas que continua reproduzindo modelos velhos, de transmissão da informação, não motiva para aprender. Preparam para uma escola velha num mundo novo, que precisa de outras formas de aprender e de ensinar.
www.eca.usp.br/prof/moran

EDUCAR PARA FAZER MELHORES ESCOLHAS

Educar para fazer melhores escolhas
Num mundo mais complexo e onde há tantas possibilidades em todos os campos, pessoais e profissionais, precisamos fazer cada vez mais escolhas. A educação pode ser um caminho fundamental para ter condições de fazer escolhas mais significativas no campo intelectual, emocional, profissional e social na construção de uma vida mais plena de sentido e realização.

A finalidade principal de aprender não é acumular informação, mas transformá-la em conhecimento que permita fazer opções interessantes entre idéias, valores, visões de mundo, com freqüência conflitantes. Esse papel mais amplo não pode ser atribuído somente à escola, mas também à família, à cada instituição, à cidade como um todo (cidade educadora). Mas a escola tem focado mais a formação intelectual do que a vivência das práticas aprendidas; isto é, se preocupa em mostrar caminhos, sem acompanhar os resultados concretos (a realização pessoal, profissional, emocional). De que adianta saber muito, se somos infelizes, se temos dificuldades em assumir desafios, em sair de situações de opressão em alguns campos?

A educação - na sua dimensão pessoal - pode contribuir para que façamos escolhas significativas na construção de uma vida com sentido, que nos realize, que tenha valor aos nossos olhos e aos de outras pessoas. É fundamental construir um percurso de vida que valha a pena, que nos traga cada vez mais realização e que seja motivo de orgulho: realizamos algumas coisas interessantes: "contribuí para melhorar a vida de centenas de alunos", ou "criei uns filhos que estão aprendendo a seguir seu caminho".... Uma das maiores frustrações das pessoas é constatar que não construíram algo de que se orgulhem e que os realize, que deixaram passar o tempo e se acomodaram na mediocridade.

Podemos analisar o impacto da educação, a longo prazo, pela facilidade maior ou menor em enfrentar dificuldades, em fazer escolhas mais interessantes para nossa vida, na capacidade de modificar o que nos prende, o que nos complica na vida profissional, familiar, social; na constatação de que construímos uma vida que faz sentido e nos realiza.

Um dos campos mais importantes da educação pessoal é conseguir discernir o que vale a pena manter das visões de mundo que nos foram transmitidas pelos nossos pais e educadores na infância. Recebemos muitos valores prontos, formas de enxergar o mundo muito específicas. É importante ter condições de rever o que faz sentido depois que vamos crescendo e libertar-nos de muitos medos, preconceitos, deturpações, simplismos, que nos foram passados, muitas vezes com a melhor das intenções. Educar é ajudar a desconstruir o que não nos serve mais e reconstruir de forma mais ampla valores, emoções, visões de mundo mais condizentes com o nosso grau de percepção atual.

Muitos ficam tolhidos pelo medo, pela inércia, pelo comodismo de não pensar criticamente. Num mundo cada vez mais complexo, de brutais mudanças, mas onde há muitos valores que nos complicam (como o consumismo, o mostrar-se diferente do que se é) a educação humanista, integral, profunda é decisiva para ajudar a crescer na nossa realização pessoal, familiar, profissional e social.

Texto publicado também na página, www.eca.usp.br/prof/moran/escolhas.htm