Confira como evitar
atividades sem foco ou morosas, que roubam um precioso tempo da aprendizagem. Camila
Monroe (camila.monroe@abril.com.br)
1. Utilizar o tempo de
aula para corrigir provas
O
problema Deixar a turma sem
fazer nada ao corrigir exames ou propor que os alunos confiram as avaliações.
A
solução Nesse caso, o antídoto
é evitar a ação. Corrigir provas é tarefa do educador, para que ele possa
aferir os pontos em que cada um precisa avançar. E o momento certo para isso é
na hora-atividade.
2. Exigir que todos falem na
socialização
O
problema Durante um debate, pedir que todos os estudantes
se manifestem, gerando desinteresse e opiniões repetitivas.
A
solução O
ideal é fazer perguntas como "Alguém tem opinião diferente?" e
"E você? Quer acrescentar algo?". Assim, as falas não coincidem e os
alunos são incentivados a ouvir e a refletir.
3. Não desafiar alunos adiantados
O
problema Crianças
que terminam suas tarefas ficam ociosas ao esperar que os demais acabem. Além
de perder uma chance de aprender, atrapalham os colegas que ainda estão
trabalhando.
A solução Ter uma segunda atividade relacionada ao tema da primeira
para contemplar os mais rápidos.
4. Colocar a turma
para organizar a sala
O
problema A arrumação de carteiras e mesas para trabalhos em grupo e rodas
de leitura acaba tomando uma parte da aula maior do que das atividades em
si.
A solução Analisar se a mudança na disposição do
mobiliário influi, de fato, no aprendizado. Em caso positivo, vale programar
arrumações prévias à aula.
5. Falar de atualidades e esquecer o
currículo
O
problema Abordar o assunto mais quente do momento por
várias aulas, o que pode sacrificar o tempo dedicado ao conteúdo.
A
solução Dosar
o espaço das atualidades e contextualizar o tema. Em Geografia, por exemplo,
pode-se falar de deslizamentos de terra relacionando-os aos tópicos de
geologia.
6. Realizar
atividades manuais sem conteúdo
O
problema Pedir que os alunos façam atividades como lembrancinhas para datas
comemorativas sem nenhum objetivo pedagógico.
A solução Só propor atividades manuais ligadas a
conteúdos curriculares - nas aulas de Artes, por exemplo, para estudar a colagem
como um procedimento artístico.
7. Propor pesquisas genéricas
O
problema Pedir trabalhos individuais sobre um tema sem
nenhum tipo de subdivisão. Como resultado, surgem produções iguais e, muitas
vezes, superficiais.
A
solução Dividir
o tema em outros menores e com indicações claras do que pesquisar. Isso
proporciona investigações mais profundas e dinamiza a socialização.
Resta lembrar que nem tudo o que foge ao planejamento é perda de
tempo. Questionamentos, por exemplo, são indícios de interesse no assunto ou de
que um ponto precisa ser esclarecido. "Para esse tipo de desvio de rota,
vale, sim, abrir espaço. Afinal, são atividades reflexivas e que auxiliam na
aprendizagem", afirma Cristiane Pelissari, formadora da Secretaria de
Estado da Educação de São Paulo.