quarta-feira, 6 de julho de 2011

Para onde caminha esta humanidade desigual?




Quando faço uma caminhada pelas ruas da cidade observo as coisas e as pessoas… Se você fizer uma caminhada tranquilamente, sem estar com um fone de ouvido distraindo-se com músicas ou portando outros aparatos alienantes, você perceberá as coisas e os movimentos à sua volta através de “outros olhos”. Um dia desses estava caminhando e observava seres semelhantes aos humanos. Usavam roupas, embora maltrapilhas, pareciam murmurar sons como os humanos, caminhavam como os humanos, em fim pareciam-se com os humanos…

No entanto possuíam, ou melhor, não possuíam algo que os re-tirava dos critérios e atributos para serem considerados e classificados como um animal racional e social chamado Ser Humano ou Homo sapiens. Percebi claramente que seus pensamentos eram aniquilados pela sua fragilidade alimentar, social e provavelmente ambiental. Esse animal era diferente do animal homem. Esse animal, embora em uma primeira vista desatenta, pareceria para a maioria dos mortais “racionais” como seu semelhante, mas ele certamente não é um homem.
Como pode um ser vivo que está se alimentando em uma lata de lixo, tomando em suas mãos, embora com polegar opositor, um pouco de macarrão espaguete e o abocanhando como se fosse um “saboroso” alimento, exatamente aquele alimento que fora eliminado por um ser humano… Como esse “animal” pode ser considerado da mesma espécie?…

“Os seres humanos são animais mamíferos, bípedes, que se distinguem dos outros mamíferos, como a baleia, ou bípedes, como a galinha principalmente por duas características: o telencéfalo altamente desenvolvido e o polegar opositor. O telencéfalo altamente desenvolvido permite aos seres humanos armazenar informações, relacioná-las, processá-las e entendê-las. O polegar opositor permite aos seres humanos o movimento de pinça dos dedos o que, por sua vez, permite a manipulação de precisão.”
(Trecho extraído do filme: Ilha das Flores)
O homem é um Animal Racional e Social por natureza, mas aquela espécie não pode ser racional e nem social. Não há como um ser, que sobrevive não sei como, provavelmente por milagre, pela graça de Deus (?). Não sei… Como consegue este “animal” pensar? Ele pode pensar? Será que ele consegue desenvolver alguma linguagem racional e lógica? Será que ele vive em sociedade como nós concebemos? Não me refiro a sociedades “simples” e puras como fazem todos os demais animais irracionais, digo sociedade dos humanos. Será?
Não consigo imaginar um homem com muita fome e bem cansado, fazendo uma prova de vestibular, por exemplo. Acho que ele certamente erraria muitas questões que em outras condições, descansado e alimentado não erraria. Salvando as proporções extremas, pense agora em um ser vivo que sobrevive se alimentando em latas de lixo, dormindo nas ruas ou em barracos desprovidos de qualquer infra-estrutura básica de saúde. E isso por toda a sua vida, imagine que esse ser vivo nunca foi a uma escola, nunca trabalhou em condições “normais” a não ser como um “burro de carga” ou outra força animal tais como as outras utilizadas pelo homem há tempos imemoriais. Será que esse animal teria condição de pensar como nós homens ditos racionais?
Acho que não! Certamente qualquer um com fome não desenvolve seu pensamento calmo, pautado na razão e com critérios equilibrados entre a razão e a emoção (ou instinto). Certamente o instinto aflora muito mais nesses sub-humanos. Esta é uma espécie que se encontra entre os homens racionais e os animais irracionais. Esses sub-humanos aparentam-se muito conosco, mas não são um dos nossos; vivem como os animais irracionais, mas não são um deles. Esta espécie é particular, deveria ter a sua própria nomenclatura, é uma das espécies que apesar de todos os contratempos, não está em extinção, pelo contrário cresce muito no Planeta Terra.
Os sub-humanos (ou humanóides) podem ser encontrados em todos os lugares, não é “privilégio” dos países pobres não. Em muitas cidades de países em desenvolvimento, e até em muitos países ditos de primeiro mundo, se encontram membros dessa espécie. É claro que nos países pobres e em muitas regiões paupérrimas essa espécie abunda.
Há um bom tempo que penso sobre a “maravilha” que é a espécie humana. Nós somos os únicos animais que pensamos como pensamos. Pensamos a vida e a morte, pensamos por que pensamos e como pensamos, pensamos o pensamento…  Através da filosofia por exemplo, somos amantes do “conhecimento”. Modificamos o Planeta de uma maneira que nenhuma outra espécie que já tenha habitado aqui o fez. Transformamos a natureza e, não contentes com a força animal – a primeira energia utiliza e explorada por nós seres humanos racionais – fomos usar o carvão como energia. Agora desenterramos “fósseis” e restos de animais e vegetais que transformados em petróleo é uma de nossas energias mais exploradas e conturbadas no mundo. Não contente com tudo isso, estamos “manipulando” os átomos e “criando” a Energia a partir das usinas Nucleares (energia atômica).
No início de nossa exploração energética, o resíduo da energia era o estrume dos animais de força. Agora o “estrume” é outro… É uma bomba atômica em Hiroshima, outra em Nagasaki, um acidente em Chernobil outro em Fukushima.
Os seres humanos são realmente bem diferentes dos outros animais, nenhuma outra espécie pensa como nós, vive como nós, e pensa a morte como nós. Todavia há espécies que viveram durante muitos milhões de anos no planeta. Os dinossauros, por exemplo, estiveram aqui por pelo menos 135 milhões de anos, e provavelmente ainda há algumas espécies descendentes desses grupos sobrevivendo até os nossos dias. Nós, pobres mortais “racionais e sociais”, estamos aqui há apenas uns dois milhões de anos e parece que já queremos ir embora.
A espécie dos Sub-humanos (ou humanóides) “pensam” diferentemente de nós, não são homens nem são animais. Eles estão crescendo muito no planeta, será que eles serão os nossos substitutos? Nós substituímos espécies de mamíferos não pensantes, no entanto parece que agora estamos criando uma nova espécie não pensante. Será que é isso que queremos?
Abraços do Benito Pepe

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